17/08/2009



O determinismo “furado” de Sigmund Freud
(Texto de Márcio Rufino)

Este texto é baseado em uma discussão do best-seller “O Monge e o Executivo” de James Hunter.


Freud trouxe o conceito físico de ação e reação para o comportamento humano, chamando de causa e efeito. Afirmando que os homens não fazem escolhas, defendeu que o livre-arbítrio não passa de uma ilusão. Para ele, as nossas ações são determinadas por forças inconscientes, como um instinto animal. Freud disse ainda que se conhecermos suficientemente a história pregressa, o ambiente ao qual está exposto, e a ascendência genética do indivíduo podemos prever suas escolhas. Ou seja, as causas conhecidas produzem sempre os efeitos esperados.
Por um lado, o determinismo era um eficaz antídoto para o eminente surto de neuroses* espalhadas pelo mundo. O efeito colateral desta sua fábula egoísta foi dar ao homem, preguiçoso por essência, todas as justificativas para seus maus hábitos e comportamentos.
O determinismo psíquico permite culpar os pais por sua infância infeliz que te levou a ser uma pessoa fria, cheia de manias e de poucos amigos; o determinismo genético condena a família pelos genes ruins que cedeu ao que se tornou um alcoólatra; o determinismo sexual atribui toda a culpa a sociedade de hoje pela propaganda vulgar e banalização do amor, justificando nosso excesso de malícia e falta de pureza. Assim, foi alimentada “cientificamente” a falta de responsabilidade por nossos atos. Esta teoria é exata para um mundo que exige a perfeição dos que já nasceram imperfeitos, e um porto seguro para os que vivem o desvio da culpa para o outro.
Tudo isso é colocado em cheque pelo questionamento: será que todos nós, se expostos às mesmas situações agiríamos de forma similar? Até mesmo os gêmeos siameses que compartilharam a mesma célula inicial, a mesma placenta, as mesmas histórias e o mesmo lugar no espaço têm personalidades muito distintas. Negar a influência do genoma, da mídia ou do ambiente sobre cada uma de nossas atitudes seria ridículo. Não somos, no entanto, produtos apenas desses fatores.O que excede a estas influências, diferenciando-nos de máquinas ou macacos, é justamente o que o psicanalista afirma não existir: o nosso livre-arbítrio.
Viktor Frankl, um psiquiatra judeu, seguidor fiel de Sigmund Freud, era um invariável defensor da teoria determinística. Durante a guerra, foi mandado para um campo de concentração, onde sofreu horrores e abusos. Perdeu seus bens e sua família para os nazistas, que usaram até mesmo o seu corpo para experiências médicas. Diante de tudo o que passou, sentiu-se forçado a repensar sobre o determinismo, e escreveu o livro “Em Busca de Significado” ao qual pertence o trecho a seguir:

Sigmund Freud uma vez disse: ”Deixe alguém expor à fome diversas pessoas, de mesma maneira. Com a urgência da fome, todas as individualidades sumirão e em seu lugar surgirá o único desejo não silencioso”. Graças a Deus ele foi poupado de viver nos campos de concentração. Seus textos deitam-se nos sofás de veludo, não na sujeira de Auschwitz. Lá, as “diferenças individuais” não obscureceram; ao contrário, revelaram-se. As pessoas se desmascararam, tanto os porcos quanto os santos.
O homem é essencialmente autodeterminante. Ele se transforma no que fez de si próprio, possuindo as duas potencialidades (ser bom ou ruim) dentro de si: a que se efetiva depende das decisões, não das condições. Além do mais, o homem é este ser que inventou as câmaras de gás de Auschiwitz, entretanto, ele também é aquele que entrou nelas de pé, condenado, mas com a oração do Senhor ou a Shemah Israel no lábios.


Seria o livre-arbítrio uma miragem?
De fato, somos parecidos uns com os outros por nossas limitações, tendências ao mais fácil e fraquezas que derivam de nossa feitura comum pelo Deus vivo. Isto já foi dito por São Paulo em seu discurso aos atenienses:

“Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e limites de sua habitação.
Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às palpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós.”
(At 17,26-27)

O amor individual de Deus por nós, no entanto, fez de cada homem um ser único. E, em cada ser, incutiu a potencialidade de agir segundo o seu agrado. A despeito da história que cada um traz consigo.
Então, pela nossa natureza humana, somos todos iguais. Todos instintivos. Mas, pela força divina, soprada pelo Santo Espírito, somos capacitados para o incrível. O pobre que alimenta o faminto, o doente que socorre enfermos, o dependente que larga seu vício, o rico que age com honestidade e justiça, o jovem que acredita no céu. Tudo isso é ser livre para deixar-se levar pelo compasso de Deus, pelo som da música que vem do céu que habita em nós. Tudo isso é ser autodeterminante. Nada disso é determinismo.



*Neurose: termo controverso utilizado para caracterizar uma síndrome neurológica na qual o indivíduo se culpa por tudo.

08/08/2009



Meu nome é Felipe Henriques de Brito, tenho 24 anos, e descobri a felicidade em Deus.
A minha infância foi muito turbulenta, apesar de eu ser uma criança muito arteira, eu apanhava muito da minha mãe, as vezes apanhava todo dia de correia de couro trançado, vara de goiabeira... basicamente eu era surrado por tirar notas baixas, só parei mesmo de apanhar com 12 anos, quando comecei a questionar o porquê das coisas. Mas o que acontecia de pior mesmo eram as brigas conjugais que meus pais tinham, são traumas que não se apagam com facilidade, ainda mais que eu era praticamente obrigado a ver, sem poder fazer nada em relação a isso, meu pai me acordava de madrugada para ver-lo brigando com minha mãe e batendo nela, e isso pra uma criança de 7 anos é um desastre, acredite.
Quando fiz 15 anos começou um pesadelo interminável na minha vida, eu comecei a beber e fumar cigarro, vícios fortes que rapidamente me levaram a um caminho tortuoso e dependente, e com o tempo comecei a usá-los com válvula de escape, se acontecia algo em casa... eu bebia, se eu brigava com a namorada (pessoas na qual criei dependência, e não realmente namoradas, pois nesse ponto eu tinha vários problemas para me relacionar com alguém) eu bebia, e com 16 anos cai nas drogas onde criei um sistema de auto-punição, brigava com as pessoas somente pra ter uma desculpa “saudável” para usar. Passei por depressões severas, que calejaram meu corpo e minh’alma, me cerquei de “amigos” que verdadeiramente não gostavam de mim, e quando precisava deles, um por um eles viravam as costas. Fiz 2 faculdades incompletas (disposição para pagar é algo que não posso reclamar sobre meu pai, ou posso?), uma foi Medicina Veterinária, onde cumpri metade do curso e larguei, e outra foi Direito onde cumpri o primeiro período e larguei também, Meus pais se separaram, e engravidei minha namorada (meu filho é uma dádiva de Deus, não entendam isso como uma coisa ruim, muito pelo contrário, é esplêndido!!) com 2 anos de namoro nós nos separamos por motivos que não têm necessidade de estar aqui, perdi minhas 2 famílias, e finalmente entendi que tudo nessa vida tem uma razão para acontecer quando entrei no encontrão.
Durante muito tempo andei a procura de algo que me fornecesse força e fé para conseguir descobrir a verdade, acreditei em muitas coisas, mas eu mal percebia que todas elas eram pura e simplesmente ligadas a Deus. Acreditei nas bruxarias brancas de São Cipriano, acreditei em astrologia e quiromancia e até aprendi muita coisa, acreditei também em profetas atemporais, como Michel de Nostradamus, sem saber que cada um deles estava direta ou indiretamente ligado a Igreja ou a Deus. Também procurei a verdade na filosofia, onde achei muitos ensinamentos raros, muitas lições de vida também, mas a religião onde achei um caminho pra casa; aonde fazem adorações diretas a Deus e a Jesus Cristo, é aonde clamo por Ele com uma Fé cega que venda meus olhos, mas abre as portas do meu coração, a religião do amor, é a Católica.
O fato de muitas vezes me sentir sozinho mesmo estando com alguém, e dos problemas surgirem no tamanho da cabeça de um alfinete e em segundos tornarem-se do tamanho do olho de um furacão, demonstra somente parte de tudo que passei na vida, vida minha que foi uma estrada sinuosa e calejada, até eu entrar neste encontrão. Aprender algo foi o mínimo, a maior experiência foi presenciar Deus em todos... em tudo e em qualquer coisa, dentro e fora, no tudo e no nada, foi entender que cada molécula e cada átomo de meu corpo vibra de felicidade quando amamos a Deus, foi conseguir enxergar novamente, amar de verdade, sentir toda energia que eu nunca pude sentir em lugar algum, foi saber que Deus realmente é um Deus de amor e que Ele ama a todos nós, foi saber que na casa Dele existem pessoas com que posso contar sempre.

AMO TODOS VOCÊS